sábado, 23 de maio de 2020

#313 - O BAILADOR DE FANDANGO (Pedro Homem de Melo)

Sua canção fora a Gota.
Sua dança fora o vira.
Chamavam-lhe: «o fandangueiro».
Mas o seu nome verdadeiro
Quando bailava, bailava,
Não era nome de cravo,
Nem era nome de rosa.
-- Era o de flor, misteriosa,
Que se esfolhava, esfolhava...
E havia um cristal na vista
E havia um cristal no ar
Quando aquele fandanguista
Se demorava a bailar!
E havia um cristal no vento
E havia um cristal no mar!
E havia no pensamento
Uma flor por esfolhar...
Fandangueiro! Fandangueiro!
(Nem sei que nome lhe dar...)
Tinham seus braços erguidos
Nem sei que ignotos sentidos...
-- Jeitos de asa pelo ar...
Quando bailava, bailava,
Não era folha de cravo
Nem era folha de rosa.
Era uma flor, misteriosa,
Quando se esfolhava, esfolhava...



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