Vai o sol declinando e já procura
refúgio na montanha -- ali, de fronte,
naquela curva que, de monte a monte,
faz um regaço cheio de verdura.
Seu fogo, que a neblina transfigura,
penetra em mim sem me queimar a fronte.
Cala-se o vento, fala baixo a fonte,
surge no céu uma estrelinha pura.
Dia após dia, ó sol, o teu poente,
rodando a oeste, vai ficar-me ausente,
até que o píncaro outra vez procures.
Em breve, no regresso a esta serra,
não acharás meus olhos sobre a terra.
Mas o meu canto estará vivo -- algures.
Sem comentários:
Enviar um comentário