quinta-feira, 23 de abril de 2020

#294 - O RITMO DO PRESSÁGIO (Sebastião Alba)

A tinta das canetas
reflui de antipatia
e impregnadas, assíduas
cambam as borrachas
Não há fita de máquina
que o uso não esmague
o vaivém não ameace
de dessorar os textos
Mas a grafia nada diz
de pausas na cabeça
Vozes inarticuladas
adensam, durante elas
uma tempestade
recôndita
E nubladas carregam-se
as suspensões
encadeando em nós
o ritmo do presságio.



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