quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

#277 - VENDO A MORTE (Manuel Laranjeira)

Em todo o lado vejo a morte! E, assim, ao ver
Que a vida já vem morta cruelmente
Logo ao surgir, começo a compreender
Como a vida se vive inùtilmente...

Debalde (como um náufrago que sente,
Vendo a morte, mais fúria de viver)
Estendo os olhos mais àvidamente
E as mãos p'ra a vida... e ponho-me a morrer.

A morte! sempre a morte! em tudo a vejo,
Tudo ma lembra! E invade-me o desejo
De viver toda a vida que perdi...

E não me assusta a morte! Só me assusta
Ter tido tanta fé na vida injusta
...E não saber sequer p'ra que a vivi!



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