quarta-feira, 30 de novembro de 2016

#246 - A VARIEDADE DO MUNDO (António Barbosa Bacelar)

Este nasce, outro morre, acolá soa
Um ribeiro que corre, aqui suave,
Um rouxinol se queixa brando e grave,
Um leão c'o rugido o monte atroa.

Aqui corre uma fera, acolá voa
C'o grãozinho na boca ao ninho, ua ave,
Um derruba o edifício, outro ergue a trave,
Um caça, outro pesca, outro enferoa.

Um nas armas se alista, outro as pendura
Ao soberbo Ministro aquele adora,
Outro segue do Paço a sombra amada.

Este muda de amor, aquele atura.
Do bem, de que um se alegra, o outro chora...
Oh Mundo, oh sombra, oh zombaria, oh nada!


Sem comentários:

Enviar um comentário