terça-feira, 13 de setembro de 2016

#211 - CANÇÃO NOCTURNA (Reinaldo Ferreira [F.º])

Café de cais
onde se juntam
anónimos de iguais,
os ratos dos porões,
babel de todos os calões,
rio de fumo e de incontido cio,
sexuado rio,
que busca, único mar,
mulheres de pernoitar,
unge-te a nojo, não Anfitrite,
fina ficção marinha,
mas nauseabundo
e tutelar
o vulto familiar
da Virgem Vício,
Nossa Senhora do Baixo Mundo.





2 comentários: