sexta-feira, 24 de julho de 2020

#335 - SONETO MENOR À CHEGADA DO VERÃO (Eugénio de Andrade)

Eis como o verão
chega de súbito,
com seus potros fulvos,
seus dentes miúdos,


seus múltiplos, longos
corredores de cal,
as paredes nuas,
a luz de metal,


seu dardo mais puro
cravado na terra,
cobras que despertam
no silêncio duro…


Eis como o verão
entra no poema.



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