quinta-feira, 11 de agosto de 2016

#183 - O SELO DOS DIAS (Carlos Nejar)

Dias virão, dias virão
a golpes secos
de potros
no chão.

Não sei se já nasceram,
não sei onde se encontram
os dias 
que amo tanto.

(No cano de um fuzil
ou no cano do espanto).

Dias virão virão,
lobos de aragem
e a todos morderão
com sua liberdade.

Que pássaros 
se aplumam
nas penas destes pássaros?

Serão dias saltando
aos ombros
de outros ombros,
até onde houver ombros
irão dias brotando.



Sem comentários:

Enviar um comentário