Lança o brilho da sua lâmina
ao manto plúmbeo do céu.
Deus, escondido e indiferente,
dorme entre as nuvens roxas
da eternidade.
A terra a quem a trabalha! --
grita. E um anjo caído
vem acender línguas de fogo
no ouro da seara.
Júlio Pomar, Gadanheiro (1945) - MNAC